Avaliação escolar não é apenas aplicar provas, mas sim, avaliar-se tudo o que o aluno faz, e aplicar outras atividades! Este Webfólio tem por objetivo compartilhar o conhecimento adquirido na disciplina de Avaliação da aprendizagem.
Decálogo comentado: Avaliação da aprendizagem...mais uma vez
"Recentemente, tenho acompanhado crianças que saíram de uma escola que atende do maternal ao final da quarta série do Ensino Fundamental, passando para a quinta série em outra escola. Impressiona-me ver a mudança dessas crianças em suas falas e em suas crenças sobre o que, nesse espaço de ensino, denominamos de avaliação. "
O autor aqui acha interessante a forma que as crianças de uma escola que ele acompanhou, denominam a avaliação.
"Antes, eu ouvia as crianças dizendo --- “Hoje, tivemos uma atividade legal na escola” ---, agora, ouço-as dizendo: “Tirei 3.2, valendo 5”; “Tirei 2, valendo 3”; “Tirei 7. Graças a Deus, já passei nessa unidade; com isso é mais fácil chegar ao final do ano com 28 pontos, necessários para a aprovação”; “Amanhã é dia de prova. Todos, na escola, vão fazer prova e vai ser com fiscal”. Meu Deus, do da para a noite, os conceitos e os valores deram um salto, para pior, acredito eu! "
Antes as crianças se importavam com a atividade feita e o conhecimento aprendido, com o tempo elas estão apenas se importando com as notas tiradas, o que elas querem é os 28 pontos para passar de média, e o resto não importa.
"Neste momento do ano escolar, estamos vivendo os primeiros dias do mês de maio, portanto a dois meses do início do ano letivo, e, nesse curto espaço de tempo, as crianças mudaram sua linguagem e seu modo de ser, vivido durante os longos anos de escola maternal, pré-escola e séries iniciais do Ensino Fundamental. Elas vinham de uma experiência de investimento no processo e passaram para uma experiência de investimento no produto e esse fato é fundamental para compreender essa mudança."
Praticamente no início do ano letivo, e as crianças perderam o modo de ser que tinha na pré-escola, elas participavam de um investimento no processo e agora elas participam de um investimento no produto.
"O ato de examinar tem como função a classificação do educando, minimamente, em “aprovado ou reprovado”; no máximo, em uma escala mais ampla de graus, tais como as notas, que variam de 0 (zero) a 10 (dez) ou como é uma escala de conceitos, que pode conter cinco ou mais graus. Ao ato de examinar não importa que todos os estudantes aprendam com qualidade, mas somente a demonstração e classificação dos que aprenderam e dos que não aprenderam. E isso basta. Deste modo, o ato de examinar está voltado para o passado, na medida em que deseja saber do educando somente o que ele já aprendeu; o que ele não aprendeu não traz nenhum interesse. "
Examinar é um ato que classifica os alunos, esse ato não se preocupa em saber se todos os alunos aprenderam com qualidade ou não, o educando deseja saber apenas o que ele já aprendeu, o que ele não aprendeu não tem nenhum valor.
"Diversamente, o ato de avaliar tem como função investigar a qualidade do desempenho dos estudantes, tendo em vista proceder a uma intervenção para a melhoria dos resultados, caso seja necessária. Assim, a avaliação é diagnóstica. Como investigação sobre o desempenho escolar dos estudantes, ela gera um conhecimento sobre o seu estado de aprendizagem e, assim, tanto é importante o que ele aprendeu como o que ele ainda não aprendeu. O que já aprendeu está bem; mas, o que não aprendeu (e necessita de aprender, porque essencial) indica a necessidade da intervenção de reorientação..., até que aprenda. Alguma coisa que necessita de ser aprendida, como essencial, não pode permanecer não aprendida. Tomar conhecimento somente do que o educando aprendeu não permite investir no processo, porém somente no produto. Foi isso que as crianças, acima citadas, aprenderam rapidamente sob a imposição da autoridade do sistema escolar: centrar-se no “tirar nota” e não no “aprender”. "
O ato de avaliar se preocupa se todos aprenderam, caso alguns ainda não compreenderam o assunto, o prático é fazer uma reorientação para que esse aluno tire sua dúvida e compreenda o tema abordado, as crianças aprendem com mais qualidade.
"Se, dessa forma, investimos no produto, qualquer resultado está bom, pois que dizemos que o estudante foi responsável por obter somente a nota que tirou, e acreditamos que ela expressa o que ele aprendeu e que ele não consegue mesmo ir para além disso; por isso, damos por encerrado o processo. Não importa se o resultado foi satisfatório ou insatisfatório, importa que foi esse o obtido pelo estudante. "
Dessa forma investimos nos alunos, e a nota que o aluno tirar vai ser a que podemos levar em consideração que ele consegue chegar, não importa se foi satisfatório ou não, o processo é encerrado.
"Se, por outro lado, investimos no processo, o resultado da aprendizagem, manifestado pelo estudante vai se qualificado em satisfatório ou em insatisfatório. Se for satisfatório, está bem; porém, se for insatisfatório, há que se intervir para que a aprendizagem se manifeste satisfatória."
Nesta forma investimos no processo para o aluno aprender de forma mais eficiente, cano no final do processo for satisfatório, vai ser bom, caso contrário, o professor o reorienta para que no final do processo tenha como resultado, satisfatório.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem... mais uma vez. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p-61-65.
"Caso assumamos uma teoria que compreende o ser humano como “pronto”, somente desejamos olhar para o produto, qualquer produto, atitude expressa pela frase: “caso tenha atingido o nível esperado, está bem; caso, não tenha chegado a esse produto, a questão é do estudante”. Porém, se, pelo contrário, assumimos o ser humano como um ser “em desenvolvimento”, então, temos certeza de que o estudante ainda não aprendeu o que tinha que aprender e, por isso, vamos investir nele novamente, até que aprenda. "
Os processos em detalhes, tanto o de avaliar, como o de examinar.
"Isso é investir no processo, o que, por sua vez, produzirá o melhor produto para todos. E, então, nossas crianças e nossos adolescentes criarão para si mesmos valores, que os orientarão na vida para dar o melhor de si naquilo que fazem, com cuidado e com alegria, muito além do cumprimento de uma tarefa para somente, e tão somente, “tirar uma nota”. "
Investindo no processo nossas crianças terão valores, que servirão de orientação para o resto de suas vidas, haverá alegria no cumprimento de uma tarefa, e a questão de tirar nota será apenas um complemento.
"No que se refere à avaliação da aprendizagem, credito que já estamos passando da hora de transformar conceitos em práticas. A avaliação da aprendizagem exige a apropriação dos conceitos de forma encarnada, traduzidos no cotidiano das nossas salas de aulas. Não bastam somente bons discursos, importam boas ações baseadas em conceitos adequados."
Esta na hora de transformar os conceitos em práticas e com isso apropriar-se dos conceitos de forma encarnada.
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