Minha vida estudantil
Irei relatar desde os dias que eu me lembro, até os atuais. Podem achar que não conta muito, mas ser educado em outro estado, e depois vir morar em outro atrapalha um pouco na parte da educação, pois, você já está acostumado naquela maneira de ser avaliado e acontece uma mudança radicalmente, fica um pouco complicado de lidar com a situação, digo isso porque passei por essa situação.
Quando eu tinha 6 anos, estudava a primeira série do ensino fundamental, e minha professora naquela época não nos avaliava por notas ou coisa parecida, ela avaliava pelo comportamento, quem ficasse mais comportado, seria o aluno que teria as melhores notas. Hoje eu compreendo o porque disso, para alunos de 6 anos de idade, não vale a pena aplicar notas, pois eles estão começando a conhecer o mundo, e não estão preparados para um tipo de avaliação um pouco mais rígido!
Na segunda série eu sai da escola particular que era perto da minha casa para estudar em uma escola pública que ficava uns 15 km de minha casa, isso porque na época aquela escola era muito conhecida e tinha boa reputação. O nome da escola ainda lembro, Escola Visconde Suassuna, que fica colada com Shopping dos Guararapes.
Na escola Visconde, minha professora, cujo nome era Roberta, tinha uma característica diferente, ela passava 3 provas por bimestre, mas, as notas não tinha influencia da prova, logo, a professora não dava muito valor a prova, o comportamento e a presença em sala de aula contavam muito. Nesse ano não aprendi quase nada, ai voltei para a escola particular.
Retornei a minha antiga escola, voltei a rever os meus antigos amigos, e na terceira série notei que já existia a prova, e ela já tinha um papel decisivo em minha nota, pois a professora Nadja, agora fazia 3 provas por bimestre, e dividia a nota das 3 juntas por 3, e a partir dai tinha uma nota!
Comecei então a perceber que teria que tirar boas notas para passar de ano, foi ai que comecei a estudar, sinto falta desse tempo. Naquela época eu tinha um cabelão liso e minhas notas era excelentes, e no final daquele ano fiquei em oitavo lugar, em relação as melhores notas, todo ano tinha uma espécie de premiação para os melhores alunos.
Passei sem dificuldades para a quarta série, aquele ano parecia que ia ser um ano qualquer, como outro que já tinha passado, mas foi um pouco diferente, no meio do ano minha casa foi assaltada, todo mundo ficou como refém, e dai no mesmo dia viemos morar na Paraíba. Perdi todos os amigos, professores, foi muito rápido.
Cheguei a comentar na aula sobre o meu livro, que até hoje tenho ele, nele tem todas as matérias, e como destaquei, o interessante dele, é que por ser da quarta série podia ser comum, mas estudei aqui na Paraíba o restante dos meus estudos, e naquele livro que trouxe de minha escola tinha assuntos que só fui ver aqui na oitava. O livro é da quarta serie de uma escola particular do Pernambuco, e só fui terminar os assuntos dele na oitava série aqui na Paraíba.
Cheguei na Paraíba no meio do ano de 2002, estava na quarta série, uma coisa interessante que até hoje não esqueço, é que naquele mesmo ano eu tirei mais nota 10, do que quem estudou o ano todo naquela escola. As provas eram fáceis, de assuntos que eu tinha visto em séries anteriores.
A minha professora tinha a forma de avaliar como as outras anteriores, elaborava 3 provas e nos avaliava por nossas notas, que eram obtidas através da divisão que expliquei acima, tudo muito comum e já começando a ficar padrão a forma de avaliar, sempre a mesma coisa.
Na quinta série comecei a estudar com mais de um professor, e tudo mudou, pois tinha uma parte de professores que se interessavam para ensinar, e outra parte que estava ali só pra receber o seu dinheiro no final do mês.
E predominou mais uma vez as provas como forma de avaliação do aluno, era uma avaliação classificatória, feita por notas. E os alunos que tiravam notas baixa de certa forma eram discriminados. Lembro que minha mãe chegava da reunião dos pais e dizia que nem tinha conversado com a professora, talvez seja por minhas notas na época serem muito boa.
Da quinta à oitava série tudo foi muito comum, estudei na mesma escola, que era pertinho aqui de casa, e os professores de modo geral, eles não avaliavam os alunos, eles apenas classificavam por suas notas, que eram obtidas pelas 3 provas de cada bimestre.
Em grande parte de meu ensino fundamental, estudei com um professor de Artes, a forma de avaliar dele até hoje não encontrei outro que faça isso, ele pedia toda aula um desenho, e no final do ano dava uma média baseada nos nossos desenhos, até hoje não consigo saber qual critério ele usava para avaliar os desenhos.
Uma coisa que me chama atenção e teve um impacto muito grande na minha educação foi que, até a oitava série eu estudava muito, todos os dias em casa, mas quando conheci uma tal escola, perdi o interesse por estudar, isso porque os professores também ajudavam, eles não queriam ensinar.
Comecei o ensino médio, e fui estudar na Escola Severino Félix, hoje ela ainda é a única pública que oferece o ensino médio. Hoje ela tá com outra cara, um pouco melhor do que quando estudei, já existe vários professores que se interessam com os alunos por lá.
Não preciso nem citar nome, eu tive um professor no primeiro ano do ensino médio, que era muito interessante como ele nos avaliava, ele toda aula chegava com um texto xerocado, dava uma folha para cada aluno e dizia sempre a mesma coisa: " Façam um resumo do texto e me entregue no final da aula. " . Ele só dava a nota no final do ano, era um professor preguiçoso, que não merece ser chamado de professor.
No meu ensino médio também tive um professor de matemática que passou o ano letivo dando o mesmo assunto, que no caso foi Conjuntos, foi o ano todinho só com conjuntos, ou por falta de conhecimento, ou por que ele só sabia aquilo mesmo, já que ele não era formado em matemática, sua especialidade era letras.
Mas a maioria dos meus professores do ensino médio tinha o meio de avaliar através de notas, do modo tradicional, não tiravam dúvidas, não queriam saber as dificuldades dos alunos, era só a prova e nada mais.
Na universidade conheci outras formas de avaliar, ou melhor, aprendi o jeito certo de avaliar, tenho e tive professores que a presença conta mais que a nota de uma atividade. Mas, ainda tem aqueles que preferem uma prova e suas notas para avaliar os alunos.
Logo quando comecei os estudos na universidade, minha mentalidade era que só existiam provas e nada mas além disso, foi ai que percebi que existem várias formas, o seminário, a presença, os mini testes, etc. Uma coisa totalmente diferente do que tive antes.
Tenho professores que tenho muito orgulho de poder aprender com eles, por que apesar de exigentes, eles são muito dedicados, tiram nossas dúvidas, são inteligentes, dominam o assunto, e com isso facilita muito na aprendizagem do aluno. Para eles a prova é só mais uma ferramenta qualquer.
Mas também ainda existem aqueles professores que só passam prova, que só se importam com notas, e que estão ali só pra receber o seu dinheiro no final do mês, e não se importam com os alunos.
Hoje se eu fosse um professor, com certeza eu saberia avaliar meus alunos de uma maneira diferenciada, bem diferente da que fui avaliada quando estudei até o ensino médio. E se os professores do nosso país continuar com essa didática, o país nunca vai sair do buraco que está.