Decálogo do texto SER PROFESSORA: AVALIAR E SER AVALIADA¹

"Avaliar, como tarefa docente, mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e possibilidades. É uma tarefa que dá identidade à professora, normatiza sua ação, define etapas e procedimentos escolares, media relações, determina continuidades e ruptura, orienta a prática pedagógica. (ESTEBAN, p.14)" A definição de avaliar é mais ou menos isso, nela se define quem é o professor e quem é o aluno, ela é feita por etapas, por processos, em meio a ela pode acontecer ou não a interação do aluno, e é ai que separa os aprovados, os alunos que podem seguir para a próxima sério e aqueles que não conseguiram passar e iram repetir o mesmo processo de avaliação. "A avaliação classificatória não proporciona espaços significativos para um diálogo profundo, em que o processo e seus resultados possam ser compartilhados pelos sujeitos nele envolvidos. A avaliação como tarefa escolar, para estudantes e professora, inscreve-se num conjunto de práticas sociais que tomam o conhecimento como meio para manipular e dominar o mundo, percebido mediante uma concepção mecanicista da natureza, fazendo-o funcionar segundo as determinações de um sujeito a-histórico, que conhece para prever os fenômenos e para controlá-los, atos que definem a qualidade. (ESTEBAN, p.14)" Na avaliação classificatória não existe o diálogo profundo, em que os alunos avaliados compartilham dos seus processos e resultados. Para professores e alunos, a avaliação como tarefa escolar se torna uma prática que tomará o seu conhecimento como meio de manipular e dominar o mundo. "A prática da avaliação, que pretende medir o conhecimento para classificar os estudantes, apresenta-se como uma dinâmica que isola os sujeitos, dificulta o diálogo, reduz os espaços de solidariedade e de cooperação e estimula a competição. Essa prática exclui do processo ações indispensáveis para um contexto pedagógico favorável à aprendizagem de todos, portanto é insuficiente para a professora que deseja ensinar a todos os seus alunos e alunas. (ESTEBAN, p.17)" Essa prática de avaliação para classificação dos alunos, acaba prejudicando, pois, o diálogo vai ser dificultado e a competição será estimulada, e com isso vai ser excluídas ações indispensáveis para um contexto pedagógico favorável à aprendizagem de todos os alunos. Com isso uma professora que pretende ensinar a todos os alunos, não é recomendável essa prática de avaliação. "A avaliação, assim considerada, não se refere a aprendizagem e ao ensino como processos interativos e intersubjetivos, mas sim ao rendimento como resultado verificável, que pode ser medido,nomeado,classificado e hierarquizado. (ESTEBAN, p.18)" Por meio de classificação não teremos um ensino voltado a interação do aluno para com o professor, pois ali tudo vai ser classificado, e no final terá seus resultados independentemente do ensino adquirido, o que vai contar será os resultados. "A avaliação do rendimento escolar, indispensável ao processo classificatório, inscreve-se nas práticas sociais cujo objetivo ao examinar é vigiar e punir, como tão bem demonstrou Foucault. Na escola, a aprendizagem, assim como o ensino, seria decorrência de um sistema eficiente de vigilância e de punição, facilmente traduzível em provas, testes, notas, conceitos, recuperação, aprovação. (ESTEBAN, p.19)" O rendimento escolar no processo classificatório é uma forma de vigiar e punir os alunos, e para que isso aconteça, são aplicadas provas, testes, e depois das notas dadas vem também a reprovação ou aprovação, conceitos fundamentais do processo classificatório. "Para ser medido e classificado, o sujeito precisa ser metodologicamente cindido e circunscrito, para se tornar objeto de estudo, porém, essa operação é apenas metodológica. O sujeito inteiro permanece, e o lado partido mantém-se como olhos vazios, olhar ameaçador, atuando na invisibilidade e constituindo o que se deixa ver. A professora avalia, processo em que expõe resultados que classificam os sujeitos, definindo sua integração, exclusão ou tentativa de recuperação. Simultaneamente essa avaliação permite verificar o rendimento da professora; o resultado de sua turma indica seu desempenho, que pode ser medido, produzindo uma classificação na qual a professora é exposta. Ao avaliar também é avaliada. (ESTEBAN, p.20)" Quer dizer que a professora após fazer sua avaliação, o resto do processo bem como aprovação ou reprovação, inclusão ou exclusão e obter os resultados de uma turma, esse resultado será fundamental na avaliação da professora, porque servirá para verificar o rendimento dos alunos e da própria professora simultaneamente. "O processo de avaliação se tece. Teia que liga estudantes, professoras, famílias, procedimentos didáticos, organização pedagógica, relações pessoais, relações institucionais, afetos, projetos, contexto social, saberes, não-saberes e tantos outros elementos quantos possam estar relacionados ao cotidiano escolar. (ESTEBAN, p.22)" O processo de avaliação para funcionar necessita de vários membros, cada um com sua função fundamental para que a avaliação aconteça da melhor forma. "Muitas são as mudanças, e algumas efetivamente contribuem para a constituição de uma nova possibilidade de análise de aprendizagem e da avaliação dos alunos como sujeitos que aprendem, porém a classificação ainda articula todo o processo. (ESTEBAN, p.28)" Segundo a autora, houve muitas mudanças, algumas que realmente foram fundamentais, mas a ideia de classificação ainda está ativa e toma conta de todo o processo. "Tenho pensado na avaliação como uma prática de investigação como uma possibilidade de distanciamento da avaliação classificatória. (ESTEBAN, p.30)." A autora quer passar uma prática onde existe o diálogo, onde a investigação seja levada em consideração e que experiências cotidianas na escola indique alguns desafios. “Para avaliar, é preciso produzir instrumentos e procedimentos que nos ajudem a dar voz e visibilidade ao que é silenciado e apagado. Com muito cuidado, porque a intenção não é melhor controlar e classificar, mas sim melhor compreender e interagir.” (ESTEBAN, p.32). ESTEBAN diz que é preciso criar para expor e da voz ao que é silenciado e apagado.

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