Avaliação escolar não é apenas aplicar provas, mas sim, avaliar-se tudo o que o aluno faz, e aplicar outras atividades! Este Webfólio tem por objetivo compartilhar o conhecimento adquirido na disciplina de Avaliação da aprendizagem.
Síntese : Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame.
Tanto os pais, professores e até os alunos, tinham um objetivo de ver o aluno passar de série, todos são fundamentais para a aprendizagem, mas a prática exercida era aquela de provas e testes, que queria apenas o resultado, e com isso saber se o aluno deveria passar ou não de uma série para a outra.
Os alunos se interessam em saber o processo da promoção, saber o que eles devem conseguir e o que vão fazer para poder passar de uma serie para outra, eles são muito atentos nessa parte. Com o passar dos meses as notas vão surgindo e são observadas, mas não interessa como foi conseguida ou algo do tipo.
Os professores com o uso da prova ameaçam os alunos, principalmente quando ele nota que o seu serviço não está surtindo o efeito esperado, ele então começa com as ameaças de várias maneiras, tanto anunciando a prova e dizendo para eles estudarem, caso contrário, eles vão se dar mal. E também ocorre o terrorismo homeopático, o professor anuncia a prova um tempo antes e vai assustando o aluno dizendo o grau das questões, que por sinal são muito difíceis.
O que interessa para os pais são as notas, isso é notado na reunião de pais e mestres que acontece em todo o final de bimestre, nessa reunião é entregue o boletim com as notas, os alunos que tiraram notas baixas, o professor chama seus pais e conversam para ver o que está acontecendo, mas aqueles que tiraram boas notas não tem a necessidade de conversar com o professo, mostrando mais uma vez que o que interessa são as notas.
O sistema social se contenta com as notas obtidas no exame, toda a escola tem que ter a mesma prática pedagógica, tem que andar nos conformes, caso essa escola tente mudar alguma coisa, ela é autuada e começa as reclamações dos pais. As escolas praticamente são obrigadas a aderir a esse modelo, porque se elas querem fazer uma coisa nova, elas não podem, são logo julgadas e levam punição.
O sistema de exames e suas consequências em termos de notas e manipulações, polarizam a todos. Não é praticada a analise critica dos alunos, para assim encaminhar de forma mais significativa, isso está adormecido. Nossa prática é a do exame, e se as notas estão boas, os alunos estão indo bem, então nada mais interessa.
Existem alguns desdobramentos na relação aluno-professor, quando o professor quer ele faz aquelas provas para reprovar os alunos, provas nas quais ele coloca perguntas fora do conteúdo, perguntas mais complexas, isso tudo para revidar e ameaçar os seus alunos, caso eles não estejam gostando de alguma coisa. Outra prática é a do ponto a mais ou a menos, atribuindo pontos para alunos por exemplo que na próxima aula venha com pesquisas, conteúdos que os professores pedem para ser pesquisados, mas que está fora do contexto deles.
O medo é um fator importante no processo de controle social, a castigo por sua vez é o gerador do medo. Existe vários tipos de castigos, mas o eficiente é o castigo psicológico, que é a ameaça de um castigo físico, com isso o sujeito vai ficar sempre ameaçado, talvez ele nunca vai ser castigado, mas ele vai está sempre de alerta ligado. A avaliação da aprendizagem por meio de ameaças tem exercido esse papel nas salas de aula.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p.35-44
Decálogo comentado: Avaliação da aprendizagem...mais uma vez
"Recentemente, tenho acompanhado crianças que saíram de uma escola que atende do maternal ao final da quarta série do Ensino Fundamental, passando para a quinta série em outra escola. Impressiona-me ver a mudança dessas crianças em suas falas e em suas crenças sobre o que, nesse espaço de ensino, denominamos de avaliação. "
O autor aqui acha interessante a forma que as crianças de uma escola que ele acompanhou, denominam a avaliação.
"Antes, eu ouvia as crianças dizendo --- “Hoje, tivemos uma atividade legal na escola” ---, agora, ouço-as dizendo: “Tirei 3.2, valendo 5”; “Tirei 2, valendo 3”; “Tirei 7. Graças a Deus, já passei nessa unidade; com isso é mais fácil chegar ao final do ano com 28 pontos, necessários para a aprovação”; “Amanhã é dia de prova. Todos, na escola, vão fazer prova e vai ser com fiscal”. Meu Deus, do da para a noite, os conceitos e os valores deram um salto, para pior, acredito eu! "
Antes as crianças se importavam com a atividade feita e o conhecimento aprendido, com o tempo elas estão apenas se importando com as notas tiradas, o que elas querem é os 28 pontos para passar de média, e o resto não importa.
"Neste momento do ano escolar, estamos vivendo os primeiros dias do mês de maio, portanto a dois meses do início do ano letivo, e, nesse curto espaço de tempo, as crianças mudaram sua linguagem e seu modo de ser, vivido durante os longos anos de escola maternal, pré-escola e séries iniciais do Ensino Fundamental. Elas vinham de uma experiência de investimento no processo e passaram para uma experiência de investimento no produto e esse fato é fundamental para compreender essa mudança."
Praticamente no início do ano letivo, e as crianças perderam o modo de ser que tinha na pré-escola, elas participavam de um investimento no processo e agora elas participam de um investimento no produto.
"O ato de examinar tem como função a classificação do educando, minimamente, em “aprovado ou reprovado”; no máximo, em uma escala mais ampla de graus, tais como as notas, que variam de 0 (zero) a 10 (dez) ou como é uma escala de conceitos, que pode conter cinco ou mais graus. Ao ato de examinar não importa que todos os estudantes aprendam com qualidade, mas somente a demonstração e classificação dos que aprenderam e dos que não aprenderam. E isso basta. Deste modo, o ato de examinar está voltado para o passado, na medida em que deseja saber do educando somente o que ele já aprendeu; o que ele não aprendeu não traz nenhum interesse. "
Examinar é um ato que classifica os alunos, esse ato não se preocupa em saber se todos os alunos aprenderam com qualidade ou não, o educando deseja saber apenas o que ele já aprendeu, o que ele não aprendeu não tem nenhum valor.
"Diversamente, o ato de avaliar tem como função investigar a qualidade do desempenho dos estudantes, tendo em vista proceder a uma intervenção para a melhoria dos resultados, caso seja necessária. Assim, a avaliação é diagnóstica. Como investigação sobre o desempenho escolar dos estudantes, ela gera um conhecimento sobre o seu estado de aprendizagem e, assim, tanto é importante o que ele aprendeu como o que ele ainda não aprendeu. O que já aprendeu está bem; mas, o que não aprendeu (e necessita de aprender, porque essencial) indica a necessidade da intervenção de reorientação..., até que aprenda. Alguma coisa que necessita de ser aprendida, como essencial, não pode permanecer não aprendida. Tomar conhecimento somente do que o educando aprendeu não permite investir no processo, porém somente no produto. Foi isso que as crianças, acima citadas, aprenderam rapidamente sob a imposição da autoridade do sistema escolar: centrar-se no “tirar nota” e não no “aprender”. "
O ato de avaliar se preocupa se todos aprenderam, caso alguns ainda não compreenderam o assunto, o prático é fazer uma reorientação para que esse aluno tire sua dúvida e compreenda o tema abordado, as crianças aprendem com mais qualidade.
"Se, dessa forma, investimos no produto, qualquer resultado está bom, pois que dizemos que o estudante foi responsável por obter somente a nota que tirou, e acreditamos que ela expressa o que ele aprendeu e que ele não consegue mesmo ir para além disso; por isso, damos por encerrado o processo. Não importa se o resultado foi satisfatório ou insatisfatório, importa que foi esse o obtido pelo estudante. "
Dessa forma investimos nos alunos, e a nota que o aluno tirar vai ser a que podemos levar em consideração que ele consegue chegar, não importa se foi satisfatório ou não, o processo é encerrado.
"Se, por outro lado, investimos no processo, o resultado da aprendizagem, manifestado pelo estudante vai se qualificado em satisfatório ou em insatisfatório. Se for satisfatório, está bem; porém, se for insatisfatório, há que se intervir para que a aprendizagem se manifeste satisfatória."
Nesta forma investimos no processo para o aluno aprender de forma mais eficiente, cano no final do processo for satisfatório, vai ser bom, caso contrário, o professor o reorienta para que no final do processo tenha como resultado, satisfatório.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem... mais uma vez. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p-61-65.
"Caso assumamos uma teoria que compreende o ser humano como “pronto”, somente desejamos olhar para o produto, qualquer produto, atitude expressa pela frase: “caso tenha atingido o nível esperado, está bem; caso, não tenha chegado a esse produto, a questão é do estudante”. Porém, se, pelo contrário, assumimos o ser humano como um ser “em desenvolvimento”, então, temos certeza de que o estudante ainda não aprendeu o que tinha que aprender e, por isso, vamos investir nele novamente, até que aprenda. "
Os processos em detalhes, tanto o de avaliar, como o de examinar.
"Isso é investir no processo, o que, por sua vez, produzirá o melhor produto para todos. E, então, nossas crianças e nossos adolescentes criarão para si mesmos valores, que os orientarão na vida para dar o melhor de si naquilo que fazem, com cuidado e com alegria, muito além do cumprimento de uma tarefa para somente, e tão somente, “tirar uma nota”. "
Investindo no processo nossas crianças terão valores, que servirão de orientação para o resto de suas vidas, haverá alegria no cumprimento de uma tarefa, e a questão de tirar nota será apenas um complemento.
"No que se refere à avaliação da aprendizagem, credito que já estamos passando da hora de transformar conceitos em práticas. A avaliação da aprendizagem exige a apropriação dos conceitos de forma encarnada, traduzidos no cotidiano das nossas salas de aulas. Não bastam somente bons discursos, importam boas ações baseadas em conceitos adequados."
Esta na hora de transformar os conceitos em práticas e com isso apropriar-se dos conceitos de forma encarnada.
Síntese do texto Uma polêmica em relação ao exame
Em termos operativos a política educativa - de corte neoliberal tem como um de seus objetivos a redução do gasto na educação, a ordem dada é “fazer mais com menos”. A ideia é que eles consigam bons resultados e que o gasto para cada aluno seja menor no sistema educativo.
O papel do exame é ser o instrumento a partir do qual se reconhece administrativamente um conhecimento, da mesma forma que sabemos que por ele não tem como indicar o grau de conhecimento de um sujeito. Um estudo sobre a história do exame mostra a falsidade que a de pensar que após uma aula, os alunos devem ser examinados para saber se adquiriram ou não algum conhecimento apresentado na sala.
Alguns fatos que indicam essa falsidade são: 1. O exame era usado pra eleger membros das castas inferiores pela burocracia chinesa, 2. Antes da idade média não existia nenhum sistema de exames ligado à pratica educativa, 3. É uma herança problemática do século XIX que ainda hoje padecemos.
O exame é marcado pelas questões sociais, sobretudo aquelas que não pode se resolver, e, é espaço de convergência de inúmeros problemas, sendo eles sociológicos, políticos, psicopedagógicos e técnicos. Ele é um instrumento que não pode por si mesmo resolver os problemas gerados em outras instâncias sociais.
De acordo com a primeira inversão, a de problemas sociais em problemas técnicos, a ideia do exame é determinar se o sujeito pode seguir de uma serie para a outra ou não, também em ideia como permitir o ingresso de um indivíduo ao sistema particular e de legitimar o saber através de certificações.
De acordo com a segunda inversão, a de problemas metodológicos a problemas de rendimento, mostra-se que uma pesquisa cuidadosa na história tem como resultado que não existia nada similar ao exame em muitas práticas pedagógicas. O exame era um espaço publico para mostrar a competência que se havia adquirido. O exame tem novas funções: certificar e promover.
De fato, a pedagogia deixará de referir-se ao termo exame, o substituirá por teste e depois por avaliação. As duas concepções (testes e avaliações) são o resultado de uma transformação social provocada no Estados unidos.
Após alguns estudos específicos, o teste foi considerado um instrumento científico, muito eficiente, que poderia determinar infinitos fatores psicológicos de um indivíduo. Até os anos de 1920, a sociedade norte-americana estava eufórica pelo desenvolvimento dos testes.
O uso educativo dos testes, possibilitaram que na escolar se apresentasse o debate biologista, nele se nota as diferenças individuais dos alunos, se estabelecia aqueles que mereciam receber a educação e aqueles que estavam destinados a ser operários.
Concluindo, o exame departamental é interessante, pois, com ele é feito o controle na sala de aula e for a dela, e com isso pode-se medir igualmente todos os alunos em forma objetiva. Tudo isso também com o auxilio do computador.
BARRIGA, Angel Diaz. Uma polêmica em relação ao exame. In: ESTEBAN, Maria Tereza (org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. 5. Ed. Rio de janeiro: DP&A, 2003, p.51-82.
Decálogo do texto SER PROFESSORA: AVALIAR E SER AVALIADA¹
"Avaliar, como tarefa docente, mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e possibilidades. É uma tarefa que dá identidade à professora, normatiza sua ação, define etapas e procedimentos escolares, media relações, determina continuidades e ruptura, orienta a prática pedagógica. (ESTEBAN, p.14)"
A definição de avaliar é mais ou menos isso, nela se define quem é o professor e quem é o aluno, ela é feita por etapas, por processos, em meio a ela pode acontecer ou não a interação do aluno, e é ai que separa os aprovados, os alunos que podem seguir para a próxima sério e aqueles que não conseguiram passar e iram repetir o mesmo processo de avaliação.
"A avaliação classificatória não proporciona espaços significativos para um diálogo profundo, em que o processo e seus resultados possam ser compartilhados pelos sujeitos nele envolvidos. A avaliação como tarefa escolar, para estudantes e professora, inscreve-se num conjunto de práticas sociais que tomam o conhecimento como meio para manipular e dominar o mundo, percebido mediante uma concepção mecanicista da natureza, fazendo-o funcionar segundo as determinações de um sujeito a-histórico, que conhece para prever os fenômenos e para controlá-los, atos que definem a qualidade. (ESTEBAN, p.14)"
Na avaliação classificatória não existe o diálogo profundo, em que os alunos avaliados compartilham dos seus processos e resultados. Para professores e alunos, a avaliação como tarefa escolar se torna uma prática que tomará o seu conhecimento como meio de manipular e dominar o mundo.
"A prática da avaliação, que pretende medir o conhecimento para classificar os estudantes, apresenta-se como uma dinâmica que isola os sujeitos, dificulta o diálogo, reduz os espaços de solidariedade e de cooperação e estimula a competição. Essa prática exclui do processo ações indispensáveis para um contexto pedagógico favorável à aprendizagem de todos, portanto é insuficiente para a professora que deseja ensinar a todos os seus alunos e alunas. (ESTEBAN, p.17)"
Essa prática de avaliação para classificação dos alunos, acaba prejudicando, pois, o diálogo vai ser dificultado e a competição será estimulada, e com isso vai ser excluídas ações indispensáveis para um contexto pedagógico favorável à aprendizagem de todos os alunos. Com isso uma professora que pretende ensinar a todos os alunos, não é recomendável essa prática de avaliação.
"A avaliação, assim considerada, não se refere a aprendizagem e ao ensino como processos interativos e intersubjetivos, mas sim ao rendimento como resultado verificável, que pode ser medido,nomeado,classificado e hierarquizado. (ESTEBAN, p.18)"
Por meio de classificação não teremos um ensino voltado a interação do aluno para com o professor, pois ali tudo vai ser classificado, e no final terá seus resultados independentemente do ensino adquirido, o que vai contar será os resultados.
"A avaliação do rendimento escolar, indispensável ao processo classificatório, inscreve-se nas práticas sociais cujo objetivo ao examinar é vigiar e punir, como tão bem demonstrou Foucault. Na escola, a aprendizagem, assim como o ensino, seria decorrência de um sistema eficiente de vigilância e de punição, facilmente traduzível em provas, testes, notas, conceitos, recuperação, aprovação. (ESTEBAN, p.19)"
O rendimento escolar no processo classificatório é uma forma de vigiar e punir os alunos, e para que isso aconteça, são aplicadas provas, testes, e depois das notas dadas vem também a reprovação ou aprovação, conceitos fundamentais do processo classificatório.
"Para ser medido e classificado, o sujeito precisa ser metodologicamente cindido e circunscrito, para se tornar objeto de estudo, porém, essa operação é apenas metodológica. O sujeito inteiro permanece, e o lado partido mantém-se como olhos vazios, olhar ameaçador, atuando na invisibilidade e constituindo o que se deixa ver. A professora avalia, processo em que expõe resultados que classificam os sujeitos, definindo sua integração, exclusão ou tentativa de recuperação. Simultaneamente essa avaliação permite verificar o rendimento da professora; o resultado de sua turma indica seu desempenho, que pode ser medido, produzindo uma classificação na qual a professora é exposta. Ao avaliar também é avaliada. (ESTEBAN, p.20)"
Quer dizer que a professora após fazer sua avaliação, o resto do processo bem como aprovação ou reprovação, inclusão ou exclusão e obter os resultados de uma turma, esse resultado será fundamental na avaliação da professora, porque servirá para verificar o rendimento dos alunos e da própria professora simultaneamente.
"O processo de avaliação se tece. Teia que liga estudantes, professoras, famílias, procedimentos didáticos, organização pedagógica, relações pessoais, relações institucionais, afetos, projetos, contexto social, saberes, não-saberes e tantos outros elementos quantos possam estar relacionados ao cotidiano escolar. (ESTEBAN, p.22)"
O processo de avaliação para funcionar necessita de vários membros, cada um com sua função fundamental para que a avaliação aconteça da melhor forma.
"Muitas são as mudanças, e algumas efetivamente contribuem para a constituição de uma nova possibilidade de análise de aprendizagem e da avaliação dos alunos como sujeitos que aprendem, porém a classificação ainda articula todo o processo. (ESTEBAN, p.28)"
Segundo a autora, houve muitas mudanças, algumas que realmente foram fundamentais, mas a ideia de classificação ainda está ativa e toma conta de todo o processo.
"Tenho pensado na avaliação como uma prática de investigação como uma possibilidade de distanciamento da avaliação classificatória. (ESTEBAN, p.30)."
A autora quer passar uma prática onde existe o diálogo, onde a investigação seja levada em consideração e que experiências cotidianas na escola indique alguns desafios.
“Para avaliar, é preciso produzir instrumentos e procedimentos que nos ajudem a dar voz e visibilidade ao que é silenciado e apagado. Com muito cuidado, porque a intenção não é melhor controlar e classificar, mas sim melhor compreender e interagir.” (ESTEBAN, p.32).
ESTEBAN diz que é preciso criar para expor e da voz ao que é silenciado e apagado.
Síntese : Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame.
Tanto os pais, professores e até os alunos, tinham um objetivo de ver o aluno passar de série, todos são fundamentais para a aprendizagem, mas a prática exercida era aquela de provas e testes, que queria apenas o resultado, e com isso saber se o aluno deveria passar ou não de uma série para a outra.
Os alunos se interessam em saber o processo da promoção, saber o que eles devem conseguir e o que vão fazer para poder passar de uma serie para outra, eles são muito atentos nessa parte. Com o passar dos meses as notas vão surgindo e são observadas, mas não interessa como foi conseguida ou algo do tipo.
Os professores com o uso da prova ameaçam os alunos, principalmente quando ele nota que o seu serviço não está surtindo o efeito esperado, ele então começa com as ameaças de várias maneiras, tanto anunciando a prova e dizendo para eles estudarem, caso contrário, eles vão se dar mal. E também ocorre o terrorismo homeopático, o professor anuncia a prova um tempo antes e vai assustando o aluno dizendo o grau das questões, que por sinal são muito difíceis.
O que interessa para os pais são as notas, isso é notado na reunião de pais e mestres que acontece em todo o final de bimestre, nessa reunião é entregue o boletim com as notas, os alunos que tiraram notas baixas, o professor chama seus pais e conversam para ver o que está acontecendo, mas aqueles que tiraram boas notas não tem a necessidade de conversar com o professo, mostrando mais uma vez que o que interessa são as notas.
O sistema social se contenta com as notas obtidas no exame, toda a escola tem que ter a mesma prática pedagógica, tem que andar nos conformes, caso essa escola tente mudar alguma coisa, ela é autuada e começa as reclamações dos pais. As escolas praticamente são obrigadas a aderir a esse modelo, porque se elas querem fazer uma coisa nova, elas não podem, são logo julgadas e levam punição.
O sistema de exames e suas consequências em termos de notas e manipulações, polarizam a todos. Não é praticada a analise critica dos alunos, para assim encaminhar de forma mais significativa, isso está adormecido. Nossa prática é a do exame, e se as notas estão boas, os alunos estão indo bem, então nada mais interessa.
Existem alguns desdobramentos na relação aluno-professor, quando o professor quer ele faz aquelas provas para reprovar os alunos, provas nas quais ele coloca perguntas fora do conteúdo, perguntas mais complexas, isso tudo para revidar e ameaçar os seus alunos, caso eles não estejam gostando de alguma coisa. Outra prática é a do ponto a mais ou a menos, atribuindo pontos para alunos por exemplo que na próxima aula venha com pesquisas, conteúdos que os professores pedem para ser pesquisados, mas que está fora do contexto deles.
Para concluir, o medo é um fator importante no processo de controle social, a castigo por sua vez é o gerador do medo. Existe vários tipos de castigos, mas o eficiente é o castigo psicológico, que é a ameaça de um castigo físico, com isso o sujeito vai ficar sempre ameaçado, talvez ele nunca vai ser castigado, mas ele vai está sempre de alerta ligado. A avaliação da aprendizagem por meio de ameaças tem exercido esse papel nas salas de aula.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p.35-44
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